TEORIAS ESTRATÉGICAS DA ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA E SUA RELAÇÃO COM A GOVERNANÇA PARA RESULTADOS

Adm. Adailton Mendes Galvão. Administrador; Mestre em Desenvolvimento Regional Amazônico pela Universidade Federal de Roraima; Especialista em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas; Acadêmico de Direito da Universidade Estadual de Roraima. adailton_mgalvao@hotmail.com; Ciências Sociais Aplicadas

Adailton Mendes Galvão

10/13/20255 min read

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a Governança têm sido um tema de grande relevância no segmento organizacional público, pois buscou resultados sustentáveis baseados em premissas outrora feita por décadas pelo segmento privado. Essas premissas focavam na busca da vantagem competitiva, sustentabilidade e expansão econômica, de mercado e aprimoramento de recursos humanos. Nesse sentido, a sustentabilidade destes resultados organizacionais é o ponto chave para observarmos uma mudança de comportamento organizacional, quando o segmento público busca dentro do setor privado ferramentas administrativas clássicas e contemporâneas para tornar a sua tomada de decisão cada vez mais técnica, assertiva e na busca de um ambiente organizacional que proporcione resultados positivos. Essas ferramentas nada mais são do que mecanismos que especializam a gestão e auxiliam a tomada de decisão e que tornam a governança um sinônimo de gestão objetivada em resultados sustentavelmente positivos.

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é buscar relacionar algumas teorias estratégicas comumente utilizadas na administração contemporânea de empresas que buscam vantagem competitiva e expansão econômica e de mercado, para o segmento público visando a Governança. Sendo a Governança um sistema completo de gestão administrativa, em especial do setor publico que visa a qualidade total da prestação de seus serviços baseado em condições administrativas já consagradas no setor privado.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo, foram abordadas literaturas que tratam do tema Governança, sendo esta uma pesquisa do tipo qualitativa. Esse conteúdo ofereceu base necessária para citar as principais teorias sobre estratégias organizacionais que têm auxiliado as organizações, em especial as públicas, no processo de aperfeiçoamento contínuo com foco nos resultados. Tal qual, as organizações privadas têm buscado há anos, porém essas tinham apenas o foco no crescimento e expansão econômica, e na sustentabilidade e supremacia mercadológica.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Ao longo dos anos, diversas teorias no campo da Administração, desde os tempos de Taylor e Fayol, têm visado aprimorar a gestão com dinamismo, praticidade e vantagens competitivas. Uma vertente focou na Administração científica, enfatizando processos, organização e trabalhadores; outra foi clássica, adotando uma abordagem holística e princípios gerais. Isso gerou várias abordagens adicionais para otimizar práticas organizacionais sustentáveis e diversificadas, incorporando tecnologias e capacitação ao longo do tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, a aplicação de tecnologias nas estratégicas e logísticas das batalhas foi aproveitada pelas organizações em sua expansão. Vistas especialmente nas teorias de planejamento estratégico. A partir deste ponto, as organizações contemporâneas definiram estratégias que delineiam posições e trajetórias em direção a objetivos predefinidos. Foram muitas ferramentas desenvolvidas ao longo dos anos pelas organizações, destacando-se entre as mais clássicas: Modelo das 5 Forças e Gestão da Cadeia de Valor, ambos de Porter; Matriz BGC; Balanced Scorecard; Abordagem de Crescimento de Ansoff; Gestão da Cadeia de Suprimentos, dentre outras.

O setor público, historicamente percebido como carente de eficiência e qualidade, enfrentou críticas quanto à sua estrutura e serviços, conforme argumentado por Paludo e Oliveira (2021). Nessa busca pela excelência, a Administração Pública adotou abordagens clássicas para atender de maneira mais eficaz às demandas da sociedade, conforme destacado por Pascarelli Filho (2011).

Nesse cenário, a governança, conforme discutido por Paludo e Oliveira (2021), emerge como um sistema abrangente que orienta, controla e avalia a gestão, exercendo

influência sobre as práticas organizacionais. Paralelamente, o planejamento estratégico, com ferramentas como o Balanced Scorecard, Bain & Company e Prisma de Desempenho, ganha proeminência, refletindo a convergência entre o setor público e as práticas privadas. Além disso, o Hoshin Kanri, um modelo clássico de gestão do Japão, desempenha um papel crucial na busca pela Qualidade Total:

[...] o referido modelo, aborda o gerenciamento por meio de diretrizes da alta direção, caracterizando-se como um desdobramento de metas da cúpula que passa por toda a organização até o nível operacional. Desse modo, todos os níveis da organização possuem diretrizes sob sua responsabilidade, acompanhada por meio de indicadores e metas que refletem a forma de a alta administração comunicar as diretrizes aos responsáveis pelos processos. (Martins e Marini, 2010. P.40)

Outro clássico modelo, é a Gestão da Cadeia de Valor de Porter. Essa metodologia foi desenvolvida com a intenção de um olhar para o ambiente interno das organizações de identificar suas vantagens competitivas, no contexto do segmento industrial. Essa metodologia entende que toda organização possui variedades de atividades que são feitas no intuito de projeção, produção, comercialização e suporte de seus bens e / ou serviços prestados que também aprimoram algumas atividades agregadoras de valor para a organização. Esse modelo se dá a partir da identificação destas atividades primárias ou finalísticas que são constituídas por sua logística interna, suas operações, logística externa, marketing e vendas e assistência.

Toda empresa é uma reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto. Todas estas atividades podem ser representadas, fazendo-se uso de uma Cadeia de Valores. (Porter, 1989, p. 33)

Posteriormente se identificam as atividades secundárias ou de suporte que são constituídas pelas compras, desenvolvimento de tecnologias, gestão de recursos humanos e a administração e infraestrutura. Uma das grandes vantagens deste modelo é averiguação com precisão, os valores agregados em cada etapa do processo finalístico. A relação dessas diversas teorias trouxe maior dinamicidade para a tomada de decisão no segmento público. Elas são um suporte para estruturação da governança. Ainda que a

governança seja um sistema superior, completo e complexo que entende a organização pública como um sistema de excelência em prestação de serviços; para que ela exista é necessário um somatório de instrumentos administrativos/estratégicos que buscam na competitividade um incremento da percepção de valor agregado para o consumidor ou usuário final.

CONCLUSÕES

A relação entre as estratégias clássicas de expansão e sustentabilidade no mercado, agora contextualizadas na esfera da ação pública sustentável, evoluiu de maneira natural. A convergência das estratégias competitivas, que consideram fatores internos e externos, a definição de metas, e a adoção de métricas de avaliação, destaca-se como um elemento crucial do sistema de governança. Essa abordagem reflete uma atuação global centrada no público-alvo, abastecendo necessidades pessoais e coletivas e promovendo uma percepção universal de qualidade para o cliente final, com potencial de impulsionar transformações culturais e sociais nas organizações e na sociedade como um todo.

PALAVRAS CHAVE: Organizações, Gestão, Governança, Planejamento Estratégico.

REFERÊNCIAS

MARTINS, Humberto Falcão; MARINI, Caio. Um Guia de Governança para Resultados na Administração Pública. Brasília – DF. Editora Publix, 2010.

PALUDO, Augustinho V; OLIVEIRA, Antônio G. Governança Organizacional Pública e o Planejamento Estratégico para Órgãos e Entidades Públicas. Indaiatuba – SP. Editora Foco, 2021.

PASCARELLI FILHO, Mário. A Nova Administração Pública: Profissionalização, Eficiência e Governança. São Paulo. Editora DVS, 2011.

PORTER, Michael. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desemprenho Superior. Rio de Janeiro. Editora Campus, 1989.